Saiba em resumo o que o Duque de Sussex falou durante o documentário The Me You Can’t See. Para assistir vá no Apple TV +, a plataforma oferece um teste gratuíto de sete dias (assine e cancele antes dos sete dias).

The Me You Can't See - Apple TV +

Harry fala que começou a fazer terapia há uns quatro anos. Ele nunca pensou em fazer terapia antes. “Eu não estava em um ambiente que me encorajava a falar sobre isso” revelou. Ele falou que começou por causa do passado, para se curar do passado. Ele diz que sempre quis ser normal. Ao invés de Príncipe Harry ele apenas queria ser Harry. “Era uma vida complicada. Mas, infelizmente, quando penso em minha mãe, a primeira coisa que me vem à mente é sempre a mesma. Preso no carro, cinto de segurança com meu irmão no carro também, minha mãe dirigindo e sendo perseguida por três, quatro, cinco ciclomotores com paparazzi. Ela não conseguia dirigir por causa das lágrimas. Não havia proteção.” O Duque continuou: “Um dos sentimentos que sempre me ocorre é me sentir desamparado. Ser muito jovem, ser um homem, mas ser muito jovem para ajudar uma mulher, neste caso, sua mãe”. Ele acrescentou:  “Isso acontecia todos os dias. Todos os dias até o dia em que ela morreu.”


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“Perdi minha mãe quando tinha 12 anos, pouco antes do meu aniversário." E ele também disse: “ Eu não queria viver. Compartilhar o luto da morte da minha mãe com o mundo. Para mim o que mais me lembro é o som dos cascos dos cavalos passando pelo Mall. A essa altura, nós dois estávamos em choque. Era como se eu estivesse fora do meu corpo e caminhando, apenas fazendo o que era esperado de mim. Mostrando um décimo da emoção que todos os outros estavam demonstrando.


Oprah acrescentou: "Enquanto você falava, eu pensava, aqueles que conheciam sua mãe e a amavam de longe, provavelmente processaram mais a morte dela do que você." O duque concordou: "Sem dúvida. Fiquei tão zangado com o que aconteceu com ela e com o fato de que não havia justiça, em absoluto. Não houve punição. As mesmas pessoas que a perseguiram no túnel a fotografaram morrendo no banco de trás do carro. Não quero pensar nela porque, se pensar nela, vou trazer à tona o fato de que não posso trazê-la de volta." Ele continuou: "Isso só vai me deixar triste, de que adianta pensar em algo triste? De que adianta pensar em alguém que você perdeu e nunca vai voltar? E eu simplesmente decidi não falar sobre isso." Quando Oprah perguntou se "alguém ao seu redor falou sobre isso?", Harry admitiu que "ninguém falou sobre isso".


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Por muitos anos, se alguém perguntava se ele estava bem, não importando o que ele sentia, ele falava que estava bem. Nunca feliz ou triste, apenas bem. “Era a resposta fácil. Mas eu estava completamente confuso. Sempre que vestia terno e gravata para cumprir meu papel, era como: “certo, se finja de forte.” Me olhava no espelho e falava “Ok, vamos.” Eu suava antes de sair.” Harry revelou que tinha ataques de ansiedade e pânico, e que estava em um modo de luta, também descreveu uma fase muito difícil entre as idades de 28 e 32 anos e descreveu como “um pesadelo" na sua vida, ele disse que surtava toda vez que entrava no carro e sempre que via uma câmera, dizendo que suava e ficava vermelho e pensando “Que vexame. O que vão pensar de mim? Eles nem imaginam. Não posso contar para eles.”


"Eu estava disposto a beber, estava disposto a usar drogas, estava disposto a tentar e fazer as coisas que me faziam sentir menos como estava." O Duque descreveu o consumo excessivo de álcool nos fins de semana, lembrando-se de como ele bebeu álcool por uma semana em apenas dois dias. “Mas aos poucos fui percebendo que, ok, eu estava bebendo de segunda a sexta, mas provavelmente beberia o equivalente a uma semana em uma sexta ou sábado à noite. "Eu me pegava bebendo, não porque estava gostando, mas porque estava tentando mascarar alguma coisa." 


Ele descreveu seus dez anos no Exército como a “época mais feliz" de sua vida. Harry explicou que ele era capaz de ser igual a todo mundo pela primeira vez - vestindo o mesmo uniforme, completando o mesmo treinamento e começando de baixo. Ele até afirmou que estava “mais confortável” durante uma turnê no Afeganistão, porque estava longe da mídia. “Mas eu teria que lidar com meu passado, pois havia muita raiva ali”, disse. Ele disse que antes de completar 30 anos, começou a questionar seu papel como membro da realeza e percebeu que teria que enfrentar seu passado. O príncipe disse que seus familiares lhe disseram que seria mais fácil “apenas jogar o jogo”, mas ele sentiu que precisava se libertar, “Eu tenho muito de minha mãe em mim.” O Duque de Sussex revelou que se sentia fora do sistema, mas preso ao mesmo tempo. “A única forma de se libertar e romper é contar a verdade.”


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“Se você está sofrendo, não significa que seus filhos ou que todos os outros vão sofrer também. Eu sei que é minha responsabilidade e, meu dever romper esse ciclo.” - O Duque de Sussex


O Duque acredita que o que impede as pessoas de pedir ajuda é admitir que algo está errado. "Mesmo que todos sejam diferentes, não se trata de ter algo errado, se trata do que aconteceu." Ele revelou que com 20 anos sua vida ficou frenética, a ponto de exaustão. Ele disse que de tanto dizer sim para o que era proposto, como viagens e compromissos, acabou terminando esgotado. “As emoções suprimidas por tantos anos de repente vieram à tona. Passei por clínicos, médicos, terapeutas. Mas ao conhecer e ficar com a Meghan, sabia que sem fazer terapia, e me curar eu ia perder essa mulher, com quem me via passado o resto da minha vida.”


Meghan Markle Brasil


O começo do relacionamento foi de muito aprendizado, ele disse, mas que Meghan ficou chocada ao chegar nos bastidores da instituição da família real britânica. “Quando ela disse pra eu procurar ajuda, foi em reação a uma briga. E nessa briga, sem saber disso voltei a ser o Harry de 12 anos. Quando comecei a terapia, na segunda sessão, a terapeuta disse: “Está voltando a ser o Harry de 12 anos.” Fiquei envergonhado e na defensiva, e disse “Como ousa? Me chamou de criança?” E ela respondeu: “Não te chamei de criança. Estou apenas expressando simpatia e empatia pelo o que aconteceu quando você era criança. Você nunca processou isso, nunca pode falar a respeito e, de repente, isso surge como formas diferentes de proteção.”


“Vi que vivia em uma bolha dentro dessa família, dessa instituição. Estava preso em um processo de pensamentos ou mentalidade. Oito dias após nossa relação [dele e da Meghan] se tornar pública, falaram que ela veio de Compton em um tom racista. E que seu DNA exótico engrossaria o sangue real. Éramos perseguidos, fotografados, caçados, assediados. O som dos flashes fazia meu sangue ferver”, revelou. “Me irrita, me lembra do que aconteceu com a minha mãe e o que vivi quando eu era criança. Mas chegou em um novo patamar com a mídia tradicional e as plataformas de mídia social (inclusive no documentário mostra comentários de ódio nas fotos do Instagram onde Meghan estava) eu me sentia indefeso. Mas a todo pedido, solicitação ou aviso, o que fosse, só havia silêncio, abandono total. Por quatro anos tentamos fazer dar certo, fizemos o que podíamos, para ficar lá e continuar o trabalho. Mas Meghan vivia poucas e boas. As pessoas viram as fotos da gente apertando as mãos ao entrar no Royal Albert Hall, em Londres, para participar do evento. Ela estava no sexto mês de gravidez. O que as pessoas não sabiam é que, mais cedo, naquela noite, Meghan decidiu me contar que tinha pensamentos suicidas e os detalhes práticos de como acabaria com a sua vida. O mais assustador foi a clareza do pensamento”, diz Harry.


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“Ela não tinha pirado, não estava louca, não se automedicava com remédios ou com álcool. Ela estava sóbria e sã. Porém, no silêncio daquela noite, esses pensamentos a acordavam. O que a impediu de cometer o ato, foi o fato de que seria muito injusto comigo. Depois de tudo o que aconteceu com a minha mãe, e de agora ser colocado na posição de perder outra mulher em minha vida, com um bebê dentro dela, nosso bebê. Tenho vergonha da forma como lidei com isso.” Ele disse que eles só tiveram tempo para um "braço rápido” antes de chegarem a sua aparição pública. “Saí para uma muralha de câmeras e fingimos que tudo estava bem. Não existia opção de desistir, de dizer que não íamos, imagine as especulações que surgiriam. Enquanto minha esposa e eu estávamos sentados nas cadeiras e de mãos dadas fortemente grudadas, quando a luz se apagou ela começou a chorar. Eu sentia pena dela, mas ao mesmo tempo raiva de mim mesmo, por estarmos presos naquilo. Eu tinha vergonha de ter ficado tão ruim. Tive vergonha de ir para minha família, porque para ser honesto com você, como muitas outras pessoas da minha idade provavelmente poderiam se relacionar, eu sei que não vou conseguir da minha família o que eu preciso”, disse Harry.


“Depois tive um filho. E preferi focar totalmente nele, sempre que olhava para em seus olhos, me perguntava se a minha esposa fosse acabar como a minha mãe, e se ia ficar sozinho com ele. Esse foi um dos grandes motivos para partirmos. Se sentir preso, controlado e com medo pela mídia e pelo o sistema, que nunca encorajou que abordasse esse tipo de trauma.” O Duque diz que nunca mais será silenciado.


O Príncipe Harry falou que para a relação dele e da Duquesa de Sussex funcionar, ele teria que lidar com o passado, pois havia muita raiva nele, e a Meghan reconheceu isso. “Era um caso de voltar ao passado. voltar ao ponto de trauma, lidar com isso, processar e depois seguir em frente”. Harry afirma que tem feito terapia nos últimos quatro anos. Ele sempre quis experimentar EDMR (Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos), era uma das várias formas de cura, que ele estava disposto a experimentar, “Eu nunca estaria disposto a isto, se não eu não tivesse feito terapia durante esses anos.” 


“Eu ficava um pouco tenso quando voltava para o Reino Unido, voltava para Londres. E… nunca conseguia entender o porquê. Eu não entendia isso, pelo menos não quando eu era mais novo, mas quando comecei a fazer terapia, “por que me sinto desconfortável?” E claro, Londres para mim é um gatilho, infelizmente. Pelo o que aconteceu com a minha mãe, e pelo o que vivi e vi.” Ele disse que sempre que vai para o Reino Unido, ele tem a sensação de quase ansiedade, de vazio, de quase nervosismo, também disse que há sentimentos de estar "caçado", "desamparado" e como se não houvesse "fuga". 


Ele no mês passado voltou para o funeral do Príncipe Philip. Quando voltou, mais uma vez teve que enfrentar um lugar onde se sentiu preso e caçado por câmeras. Seria um teste de sua capacidade de lidar com o medo ressurgente. “Eu estava preocupado com isso, estava com medo”, disse Harry à The Associated Press durante uma recente entrevista conjunta com Oprah Winfrey para promover uma série de saúde mental que eles co-criaram e produziram para a Apple TV +. 


“A terapia me ajudou a fazer qualquer coisa. Por isso que eu e minha esposa estamos aqui. É essa sensação de estar preso dentro da família e não havia opção de sair. Eventualmente, quando tomei essa decisão por minha família. Ainda me disseram: "você não pode fazer isso". E é como, "bem, o quão ruim tem que ficar até que eu tenha permissão para fazer isso?" Onde ela [Meghan] iria acabar com sua vida. Não deveria ter que chegar a isso. Eu tenho algum arrependimento? Sim. Meu maior arrependimento é não ter assumido uma postura mais rígida no início em meu relacionamento com minha esposa e conversar com ela sobre o racismo. A história se repetia. Minha mãe foi perseguida até a morte enquanto mantinha um relacionamento com alguém que não era branco. E agora veja o que aconteceu. Você quer falar sobre a história se repetindo? Eles não vão parar até que ela [Meghan] morra. É incrivelmente detonador perder potencialmente outra mulher na minha vida. Tipo, a lista está crescendo. E tudo volta para as mesmas pessoas, o mesmo modelo de negócios, o mesmo setor. Porque meu pai me dizia quando eu era mais jovem, costumava dizer para mim e William: “foi assim para mim, então será assim para vocês”. Isso não faz sentido. Só porque você sofreu, isso não significa que seus filhos tenham que sofrer. Na verdade, muito pelo contrário. Se você sofreu, faça tudo o que puder para ter certeza de que tudo o que você passou — experiências negativas que você teve, não aconteça com seus filhos. Optamos por colocar nossa saúde mental em primeiro lugar. Isso é o que estamos fazendo e é o que continuaremos a fazer” - O Duque de Sussex


Misan Harriman

Em um "vlog" em 8 de Julho de 2020, Harry fala sobre estar de quarentena. “É diferente. O isolamento não é fácil pra ninguém. Todo o sofrimento e trauma no mundo está vindo à tona.” Harry fala que o isolamento causou problemas de saúde mental em muitas pessoas e que é vital, não importa como, que todos tenhamos um lugar seguro. “É preciso ter reconhecimento e o ânimo, de que estamos 100% juntos nisso. E se não estávamos antes do COVID-19, estamos 100% agora."


Ele diz que não se sente mais controlado pela mídia, mas que a mídia tenta desesperadamente controlar a narrativa. “Porque eles sabem que, perdendo, a verdade irá vir à tona." Ele continua: “Gosto de achar que, se falarmos a verdade de forma mais compassiva deixamos uma abertura para reconciliação e cura.”


Ele diz que a entrevista era sobre ser real e autêntico e também contar sobre uma “experiência incrivelmente identificável”, apesar de sua posição privilegiada. Ele diz: “Porém, antes da entrevista com a Oprah ser transmitida, por causa de manchetes e do esforço conjunto da firma e da mídia para difamá-la, fui acordado no meio da noite pelo o seu [de Meghan] choro sobre o seu travesseiro, porque ela não queria me acordar, pois o meu fardo já estava enorme. Isso é de partir o coração. Eu a abracei. Nós conversamos. Ela chorou muito.” Ele afirma que a terapia o ajudou a lidar com tudo. “Sem terapia e sem dedicação, não suportaríamos isso.”


CBS

“Em toda a oportunidade, as forças lutam contra nós e tentam nos impossibilitar. Esperava estar nessa situação tão de pressa? Não. Fizemos um bom trabalho. E não me arrependo. É incrivelmente triste, mas não me arrependo de nada. Porque agora estou como deveria estar há quatro anos.” Diz com convicção sobre suas escolhas.


“Estou mais à vontade comigo mesmo. Não tenho mais ataques de pânico. Aprendi mais sobre mim do que nos últimos quatro anos, do que nos 32 anos anteriores. Agradeço a minha esposa por isso. Temos um menino lindo, que nos mantém ocupados, correndo. Ele nos faz sorrir todos os dias e isso é ótimo. Temos dois cachorros. E uma menininha a caminho.” E continua: “Não tenho dúvidas de que minha mãe estaria orgulhosa de mim. Tenho a vida que ela queria ter. Tenho a vida que ela queria que tivéssemos. Não apenas sei que ela sente orgulho de mim, como sei que ela me ajudou a chegar até aqui. Nunca senti tanto a presença dela como no último ano. Queria que conhecesse a Meghan. Queria que estivesse aqui pelo o Archie. Tenho uma foto no quarto dele, uma das primeiras palavras ditas por ele, além de “mamãe” e “papai” foi “vovó”. “Vovó Diana”. É a coisa mais fofa. Só que me deixa triste ao mesmo tempo. Pois ela deveria estar aqui. Estou curando essa parte da minha vida. Com uma clareza de perspectiva que nunca julguei que teria. Ainda sou a mesma pessoa, apenas me tornei uma versão melhor. Sinto que era pra ser assim."


@_duchess_of_sussex


O QUE EU ACHEI SOBRE O DOCUMENTÁRIO:


Eu simplesmente adorei o documentário. É real, é sincero. Você se coloca no lugar de todas as pessoas e é sobre isso que o documentário fala. Você ter a liberdade de contar as suas histórias, e se sentir aliviado. É sobre mostrar que só porque você tem dinheiro, status, fama e está no auge, não quer dizer que sua vida é perfeita, você pode ter tudo isso e passar por problemas que todos passam.


Eu aconselho muito que todos vocês assistam. Eu sei que publicamos apenas as histórias ditas pelo o Harry, mas todas as histórias tem os seus valores e significados. Acho que que todas as pessoas que já passaram por distúrbios mentais como eu, vão se sentir representados. O Harry deixando uma sessão de terapia ser gravada e mostrar como é importante fazê-la e de conhecer, se reconhecer e melhorar consigo mesmo. É uma grande representatividade para todos nós. Mas se você ainda passa por problemas mentais e acha que não está confortável para assistir, não assista, talvez possa despertar gatilhos em você.


A todos nossos seguidores que passam por distúrbios mentais e estão sentindo essa dor calados e não tem coragem de falar, por favor procure ajuda. Saiba que você não está sozinho. No Brasil há uma plataforma chamada CVV - Centro de Valorização da Vida que realiza apoio emocional e prevenção do suicidio, atendendo voluntariamente e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.


Ligue: 188

Site: CVV.org.com


Mais uma vez: VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO!


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